terça-feira, 14 de outubro de 2008

O Menino Astronauta I

Era mais uma daquelas noites de Verão da infância onde o calor é inimigo do sono e os sonhos têm que ser produzidos com os sentidos despertos. Todas as noites das recordações de infância são assim, noites calorosas, inundadas pelos risos das crianças que se juntam e brincam, pelos sons dos grilos e da natureza que nesta altura do ano se manifesta mais alegremente, e pelo céu, esse céu cujo brilho e luminosidade apenas se encontra nas recordações de infância. É o brilho da infância, do despertar, da ilusão e do sonho...Esta era mais uma dessas noites!

Da janela do seu quarto o seu olhar erguia-se para as estrelas e o seu coração contemplava todo o universo. O sonho começava a comandar os pensamentos. Já não havia limites. O céu brilhava como nunca nos seus olhos, desde a lua cheia, à ursa maior, à ursa menor, passando pela Cassiopeia, por Oríon até Andromeda, todos os caminhos procuravam o desejo da totalidade, o desejo do saber...

A noite adormeceu. Com ela mais um sonho, mais uma viagem...

(Continua)