As recentes manifestações dos professores tiveram o condão de mostrar uma nova atitude que até aqui apenas tinha sido notada pontualmente. Independentemente do conteúdo dos protestos e dos meios que foram utilizados, e sem querer emitir opinião sobre qual dos lados tem a maior quota de razão, uma vez que a razão nunca está toda só de um lado, o que sobressai nestes acontecimentos é a sensação de poder que de repente parece caracterizar esta classe profissional. Tal sensação sobressaiu da mesma forma nas recentes manifestações dos camionistas, nos protestos dos farmacêuticos (neste caso os meios foram outros). Talvez porque foram movimentos que acabaram por sair do controlo dos sindicatos e cuja iniciativa acabou por ser determinada por um conjunto de pessoas que se organizou espontaneamente por uma causa comum, o facto é que parece que as pessoas estão a encontrar uma fonte poder. Aparentemente, está-se a chegar à conclusão que através da organização colectiva, juntando esforços, defendendo posições de forma conjunta, planeada e persistente, é possível ter impacto/influência nas decisões a tomar e a implementar pelos órgãos de poder. Depois de 35 anos do sistema que a generalidade classifica como democrático, saúda-se no mínimo esta progressão, que não é mais do que é uma responsabilidade inerente à criação da democracia: a da participação activa de todos. Que ninguém se esconda e que ninguém cale a sua voz! Nunca é tarde para começar...
Logicamente, e assim se espera, a qualidade do protesto e da exigência, incluindo dos meios utilizados, irá ser refinada e desembrutecida. Da mesma forma, a qualidade das medidas e o processo de as implementar terá que ser melhor por parte dos governantes para evitar possíveis oposições. Tudo isto dependerá sempre da “cultura”daqueles que protestam. No entanto, esta é claramente a dialéctica que se pretende!
Logicamente, e assim se espera, a qualidade do protesto e da exigência, incluindo dos meios utilizados, irá ser refinada e desembrutecida. Da mesma forma, a qualidade das medidas e o processo de as implementar terá que ser melhor por parte dos governantes para evitar possíveis oposições. Tudo isto dependerá sempre da “cultura”daqueles que protestam. No entanto, esta é claramente a dialéctica que se pretende!