quarta-feira, 14 de outubro de 2009

O Emigrante

 

Longe da pátria, longe do coração…Estará na pátria aquilo que define o português, ou é apenas esse sentimento de saudade, quase físico, que o define acima de todos os outros? O Emigrante, mais do que enquadrado num tipo social, é o definidopelo seu estado emocional e a motivação. Nada de muito de diferente se caracterizarmos outros emigrantes de outras pátrias. Todos eles possuem aquela alegria de que a sua pátria é a melhor e a mais abençoada, sempre que se cruzam e dialogam  com outros compatriotas longe do “berço”.

 

Viajando um pouco, e não escondendo o sotaque luso, facilmente se encontram portugueses a conduzir um táxi, a servir à mesa, empregados de limpeza, recepcionistas, vendedores. Sintomático ou não, mais facilmente se encontram portuguese serventes do que portugueses dirigentes. Em todo o caso, dirigindo ou não o seu negócio, aquilo que realmente dirigem é a sua vida. Seja a limpar ou a esfregar, a conduzir ou a servir, todos eles enfrentam o desafio da sobrevivência e da adaptação. Chegar a um novo lugar, aprender uma nova lingua, sem que o clima adverso ou a comida inimiga do paldar sejam obstáculos, e começar o seu sonho do inicio, confiando apenas no poder das suas mãos, na inteligência e na capacidade de adaptação, essa é a verdadeira força do EMIGRANTE. Olhar para a palma das mãos, sentir a força e a intensidade necessárias para transfomar qualquer mundo, e meu Deus como essa sensação é poderosa!, para que a coragem que permite enfrentar qualquer elemento flua pelas veias, dando ao corpo e à razão o “fogo” necessário para sobreviver em qualquer meio, é tudo aquilo que o verdadeiro EMIGRANTE precisa.

 

Precisamos de mais EMIGRANTES no nosso país, de pessoas com essa “força transformadora”, que superem o maior obstáculo de todos em Portugal: a letargia de espírito. Afinal, se olharmos com alguma reflexão, a maior parte nós, mais do que habitantes, somos TURISTAS no nosso próprio país!