Em tempos de crise por vezes surgem pequenas historias de pessoas simples e mundanas, que anos judam a reflectir sobre como actuamos e que fornecem ideias e experiências de como podemos actuar. Queria relatar uma dessas histórias, a historia de uma pessoa que não voa, não faz o pino com o nariz,não é nenhum genio, trabalha por conta de outrém, paga impostos, vive para ajudar a familia e os seus, e que prefere manter-se no anonimato e sem grandes aspirações de momento.
Achei esta história relavante para os dias de hoje uma vez incide sobre 3 aspectos da nossa vida que são colocados em causa precisamente nestes tempos: Emprego, Casa e Dinheiro. São talvez dos aspectos materias mais nucleares da nossa vida, e esta história mostra que como, mesmo sem grandes fórmulas mágicas, se podem melhorar estes mesmos três aspectos em qualquer altura, incluindo em períodso de crise.
Segundo a história que me foi relatada, tudo começou em finais de 2008, quando a crise financeira despoletou e houve a maior queda bolsista desde 1929. Por então, o medo instalou-se nos investidores e com tanto barulho à volta, pequenos e grandes investidores começaram a VENDER acções para se livrarem o mais depressa possível. O protagonista desta história, segundo ele, ignorou o barulho que assustou às massas, e começou a fazer pequenas pesquisas na INTERNET sobre valores das acções antes da crise e valores das acções depois da crise. Para além disso fez outras pesquisas sobre outras crises e percebeu usando a sua cabeça e não o que vinha nas notícias, que o melhor era COMPRAR. Sem necessitar de livros de economia ou algoritmos quânticos, escolheu um conjunto de acções seguindo os seus intintos e esperou. Um ano e meio depois atingiu lucros de 510 % e um lucro medio de 227 % nas acções que comprou o que o ajudou a comprar uma casa junto à praia. O importante aqui foi apenas o de alguém pensar por conta própria e actuar com base na sua inteligência, e não como o medo e o resto do mundo sugeriam.
Paralelamente a isto, foi outro investimento no emprego. Neste caso, o objecto investido foi tempo. Quando em meados de 2009, a empresa onde estava despediu cerca de 2000 colaboradores, escreveu numa folha de papel 20 razões pelas quais deveria ser AUMENTADO. No final escreveu: “O Mundo foi, é, e sempre será injusto, e não existe razão para que seja justo”. As 20 razões foram lidas e enviadas selectivamente aos seus superiores ao longo de vários meses, focando directamente que a “questão financeira era insuficiente e que precisava mais dinheiro”. Para justificar o argumento e ter outras opções foram feitos cercas de 20 curriculos (!) e enviados para cerca de 20 empresas. Cada opção mereceu sempre análise e quase sempre um curriculo único. No pouco tempo que passou em Portugal, em 2 meses, teve cerca de 10 entrevistas presenciais e um sem numero de entrevistas telefónicas, desde empresas multinacionais até empresas de lavar sabonetes! No fim de tudo, sabia o que valia para o mercado e tinha algumas ofertas,às quais, juntou ao curriculo, trabalho desenvolvido, pressão exercida, argumentação e, acima de tudo, confiança de quem trabalha, conseguindo no fim uma posição sólida. No fim de tudo, para além do aumento de superior a 43 %, foi promovido. Em todo este conjunto de coisas para conseguir a posiçao negocial vantajosa, não existe na verdade, nada que tenha mais importância que as outras. Tudo exigiu tempo, trabalho e dedicação!
O terceiro aspecto é o da casa. Em meados de 2009, com o mercado imobiliario em crise e os bancos sem dinheiro para emprestar, optou por investir o tinha ganho ate ai numa casa. Nenhum banco oferecia spreads inferiores a 1.2%. Para fazer face a isso, mais uma vez pesquisou na internet protocolos entre associações ou empresas, e os bancos. Ao fim de algum tempo, aderiu à DECO uma vez que esta asscociação tinha um protocolo com um banco, e ao abrigo desse protocolo, todos os associados benefeciariam de um spread de 0.65% para determinadas taxas de esforço. Daí ate conseguir um spread de 0.55% foi um passo e a casa lá foi comprada.
Esta história só retrata certamente os momentos bons. Certamente houve muitas quedas pelo meio. Mas o importante de tudo isto, é que é uma pessoa com vivências comuns consegue mostrar que com independência de pensamento, vontade, dedicação e esforço, é possivel atingir e criar soluções simples para a sua vida material, independentemente da crise, se faz sol ou se faz chuva, do regime político, dos governante, dos pai nossos e das aves maria… No fim de contas, e como diz, o protagonista, foi apenas um caminhar, cair, sacudir o pó, lavar as feridas, voltar a levantar e caminhar até à proxima queda, levantando-se sempre sem excessivas lamentações! Qualquer um o pode fazer….